segunda-feira, 28 de maio de 2012

Por que não haverá Frente de Esquerda em BH?

Por que não haverá Frente de Esquerda em BH?

Carta aos Movimentos Sociais de BH - O PSTU iniciará debate para a construção de um programa dos trabalhadores para BH

As eleições municipais estão se aproximando e será mais um momento de disputa entre projetos políticos. De um lado os poderosos divididos entre as candidaturas do prefeito Marcio Lacerda e as da oposição de direita expressa pelos partidos PMDB, PV e PDT. Todos eles em alguma medida apoiados por Anastásia e Dilma e financiados pelas empreiteiras, por banqueiros, empresários do transporte coletivo, dentre outros.

Pelo campo dos trabalhadores sairemos divididos, pois infelizmente não logrou a formação da Frente de Esquerda.

Queremos expressar através desta carta as razões da divisão e a proposta que o PSTU irá encaminhar a partir desta realidade.

Desde 2011 vimos fazendo um chamado ao Psol e PCB pela construção de uma Frente de Esquerda com um programa classista e socialista para enfrentar Márcio Lacerda e demais candidatos burgueses nas eleições municipais.

Inicialmente os companheiros do Psol e PCB receberam bem esta proposta, colocando que havia realmente a necessidade da Frente, mas nos pediram que esperássemos até que eles tivessem uma definição interna a este respeito para que pudéssemos voltar a conversar.

Somente em março de 2012 é que os companheiros nos deram um retorno a este respeito, e surpreendentemente nos disseram que já tinham uma aliança eleitoral fechada entre si, Psol e PCB, e justificaram a nossa exclusão afirmando que o PSTU já havia lançado a candidatura de Vanessa Portugal para prefeita (o que não ocorreu). Disseram-nos que a partir disso cada um deveria seguir o seu caminho, pois não haveria mais possibilidades de uma frente conosco.

Através de uma carta às lideranças dos movimentos sociais, reafirmamos que o nome de Vanessa estava à disposição e dissemos que a questão do nome a encabeçar a Frente poderia ser definido em um fórum democrático dos movimentos sociais. Insistimos com a proposta da Frente e através da movimentação de algumas lideranças, em especial o Movimento Pró-Frente, e diante disso tanto Psol como PCB concordaram em realizar novas reuniões, mas em todas elas disseram que a possibilidade da frente era pequena, pois já estavam com uma aliança Psol-PCB-PCR em andamento, e não demonstraram disposição de realizar um encontro democrático dos movimentos sociais para definição das candidaturas.

Posteriormente, os companheiros avançaram em seus encaminhamentos, já definindo os nomes para encabeçar sua aliança. Fizeram duas reuniões públicas e estão constituindo organismos, como coordenação, equipe de programa, de finanças, etc.

Na última reunião com as lideranças do Movimento Pró-frente na qual estávamos presentes reafirmaram com todas as letras que "as definições já estavam tomadas", "que a cabeça de chapa é importante para o Psol" e que "se o PSTU quiser poderia aderir à frente e lançar candidatura proporcional".

Infelizmente chegamos então a um limite intransponível, pois a unidade eleitoral requer abertura para o diálogo e para o entendimento, postura diametralmente oposta a que os companheiros do Psol e do PCB assumiram até o momento.

Sendo assim, a nossa conclusão é que infelizmente não há mais possibilidade de uma frente de esquerda em BH, já que os companheiros não demonstraram disposição de discutir e definir as questões fundamentais conosco e com os demais movimentos, nos colocando como únicas opções a adesão pura e simples ou o lançamento de uma candidatura própria.

Queremos agradecer a todas as lideranças que compreenderam o momento atual e a necessidade da unidade nas eleições e se somaram a este esforço pela construção da frente e dizer que a luta nossa enquanto povo pobre e trabalhador continuará colocando este desafio da unidade.

A partir deste cenário o PSTU e lideranças dos movimentos sindicais, populares e estudantis, estarão realizando uma plenária para discussão de um programa que resgate as bandeiras imediatas e históricas construídas pelos trabalhadores e pelo movimento popular para as eleições de 2012.

Desde já fazemos um convite aos ativistas e lideranças a virem a construir conosco uma alternativa de esquerda e socialista para governar BH. Será dia 31 de maio, quinta-feira, às 18h no Sind-Rede (Av. Amazonas, 491,10º andar, centro). Todos os lutadores e lutadoras estão convidados.

PSTU
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Belo Horizonte, 24 de maio de 2012.

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